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Enquanto entidades se mobilizam para conseguir a legalização do aborto no Brasil, em meio ao medo criado pela epidemia do vírus Zika, causador da microcefalia em bebês, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) iniciou uma contraofensiva para manter a condição atual de proibição em determinados casos de aborto. Segundo Dom Leonardo Steiner, bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, “o aborto favorece a eugenia, uma prática para selecionar pessoas perfeitas”. “A microcefalia ocorre no Brasil há anos. Estão aproveitando o momento para introduzir novamente o assunto do aborto”, disse Steiner, referindo-se aos grupos pró-legalização que pretendem levar a questão ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2012, uma decisão histórica do STF tornou possível que gestantes interrompessem a gravidez de fetos anencéfalos. Para o Presidente do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), dom Flávio Irala, a discussão sobre o aborto “está entrando de forma meio enviesada em função da microcefalia”. Entretanto, as igrejas que compõem o Conic ainda não debateram oficialmente sobre o tema.